Brincadeiras de Crianças


Este texto foi retirado de dois comentários que fiz nos PodCasts Discacada Podcast 032: Passa Anel, Duro ou mole e Guerras de Mamona e Piratacast 34 – Brincadeira de criança.


Discada PodCast 32

Ainda estes dias estava conversando sobre brincadeiras de rua que brinquei quando era criança. Eu tive a sorte de nascer na belíssima cidade de Pereira Barreto, interior de São Paulo, e lá a molecada vivia mais na rua do que em casa.


Aliás, fica a dica pra quem gostar de pesca, a cidade é maravilhosa com boas pousadas e ótimos bares na beira do rio com peixes fritos.

Enfim, chega de jabá de Pereira Barreto, porque não ganho nenhum patrocínio da Prefeitura Local.

Como já morei em várias cidades, conheço variações de nomes e regras das brincadeiras. Seguem uma pequena lista das brincadeiras que mais gostava.



Bolinha de Gude a.k.a. Biroca, Gude
De posse das bolinhas de gude, marcava-se um círculo no chão e a idéia era tirar as bolinhas dos adversários deste círculo e manter a sua na parte inferior o mais próximo possível do centro.

Hoje em dia, daria para comparar bolinha de gude com o Curling, esporte praticado no gelo.

Joguei pouco, mas lembro que em uma época tive uma grande coleção de bolinhas. Não era muito bom muito bom com as bolinhas, mas dava pra "rapelar" a galera da rua.

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Guerra de Mamona
Era uma guerra usando mamonas. Um acertava o outro até que cansássemos. A ideia era acertar, sem intenção de machucar ou "matar" os oponentes.

Usava estilingues para arremessar as mamonas. Detalhe, preferia mamonas secas, pois eram mais doídas eficientes!

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IOIO
Lá pelos anos 90 uma época que teve uma febre de IOIO, inclusive a Coca-Cola trocava IOIOs por uma determinada quantidade de tampinhas de refrigerantes! Eu tinha o da Sprite!

Na minha escola, o E.E.P.S.G. Dr. João Marciano de Almeida, em Franca, foram feitas apresentações de uns “campeões mundiais” que vieram do México ou Venezuela, sei lá!

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Pega-Pega a.k.a. Rela-Rela
Acho que é a brincadeira mais simples que existe. Existe um pegador do qual as demais crianças devem fugir.

Quando o pegador toca em alguém "livre" este passa a ser o pegador. Em alguns lugares, ao invés de apenas "relar" era necessário dar três tapinhas nas costas do fugitivo.

Brincava muito de pega-pega, inclusive, depois que me mudei para Franca, a minha turma fazia a versão de Pega-Pega de bicicleta! Era muito bom e potencializava os machucados!

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Ajuda-Ajuda a.k.a. Pega-Pega-Ajuda-Ajuda
Ajuda-ajuda era uma versão mais complicada do Pega-Pega. No PodCast se falou da versão de ajuda-ajuda era aquela que cada um que era pêgo, ajudava o pegador a capturar os demais, mas também tínhamos uma versão em que os “pegos” iam para um pique e formavam uma fila.

Os que estavam ainda livres, podiam fugir do pegador e salvar os que já haviam sido capturados.

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Queimada a.k.a. Queima
Fantástico! Era muito bom para descarregar o ódio que tínhamos de um ou de outro na rua!

Era necessário muita gente! Quanto mais, melhor! Dividia-se a turma em dois times e fazia quatro campos.

O objetivo desta brincadeira é acertar, com uma bola, os integrantes do time adversário. Se acertasse em alguém e a bola caísse no chão, esta pessoa estava morta.

Quando alguém morria devia ir para o campo dos mortos.

A divisão era mais ou menos esta

MORTO Time 2 / Vivos Time 1 / Vivos Time 2 / MORTO Time 1

Os dois campos mais externos era reservado para os mortos. A tática mais comum era que um dos times ficasse trocando bola entre os integrantes vivos e mortos de forma a  cansar os adversários. Quando se percebia um adversário cansado ou desatento, aí sim arremassava-se para acertá-lo.

No entando, se o adversário pegasse a bola no ar, ele teria a posse da bola e a situação se invertia. Brincava com bola de tênis.

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Volley de Rua a.k.a. 5 Corta
Volley na rua era só o famoso 5 corta. Eram feitos 4 toques e o 5º era para cortar em alguém. O problema é que morava perto de uma avenida e com isso enterrei várias bolas de volley.

Uma das bolas, coitada, foi atropelada por um trator! Só em cidade do interior mesmo!!!

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Brincadeiras Violentas
No E.E.P.S.G. Dr. João Marciano de Almeida, em Franca, tínhamos duas brincadeiras futebol-based que eram beeeem violentas.

Um era chamado VIUVINHA. Fazíamos uma bola de lixo e quem estivesse mais próximo da bola podia receber todo tipo de agressão. Chutes, tapas e até dedada! Entenda como quiser!

Outra brincadeira também violenta era a de passar a bola no meio das pernas dos outros. Marcávamos um pique onde quem tivesse a bola passada no meio de suas pernas, precisava alcançar. Enquanto não alcançava, podia apanhar de todo tipo de jeito.

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Taco a.k.a. Bete, Bola-e-Bete
O melhor jogo da minha infância. Pra mim é a brincadeira que mais se assemelha a um esporte de fato.

Notei que além do nome, outra coisa que variava era a regra de PARA ONDE REBATER A BOLA. Em Mirandópolis, interior de SP, se rebatia para trás. Em Franca, se rebate para frente.

Devia ter campeonato mundial de Bola-e-Bete.



Alerta a.k.a. Pique-Alerta
Fazia-se um círculo de amigos. Um, de posse de uma bola, jogava a bola para cima e gritava um nome. Todos os outros jogadores deveriam fugir.

O que tinha o nome gritado deveria pegar a bola e tentar acertar um dos outros jogadores.

Se a pessoa que teve o nome gritado pegasse a bola antes dela cair no chão, poderia jogar novamente e gritar um novo nome. Evidente que isso abria janela pra muita tramoia e trapaças.

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PirataCast 34

O Rodrigo, do Quarto Sinistro falou, no Pirata Cast 34, sobre explodir sapos… bom, fazia isso quando era criança com Sapo-Boi. Colocava cigarros na boca do sapo e ele ia tragando, tragando, até explodir.

Não era uma “explosão” de voar pedaços para todo lado, era algo como se ele tivesse se arrebentado todo por dentro.

Também matávamos muito sapo com CRIOLINA! Essa só quem for do interior vai saber o que é!

Só falo uma coisa sobre criolina: Se der um copo de criolina para alguém que acabou de morrer — independentemente da causa — vai se levantar e viver mais 5 anos! RENOVÁVEIS!

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A magia do Natal é bacana. Comentei em outro podcast — se brincar aqui mesmo — que tento manter esta magia para meus filhos. Tenho dois, um casal.

Aliás, meus Natais voltaram a ser animados com a chegada das crianças. Este ano pedi para o Alezinho colocar um copo de leite e deixar bolachas para o Papai Noel.

De manhã, quando ele achou o copo vazio e as bolachas comidas, ficou alucinado! E advinha o presente que ele ganhou neste Natal? Um Forte Apache! Adorou!!!

É muito legal proporcionar isso pros nossos filhos.

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Fugir da MãeEm Pereira Barreto a nossa casa, ficava bem no meio do terreno, ou seja, tinha corredor dos quatro lados da casa.

Uma vez, minha mãe saiu correndo atrás de nós e começamos a dar voltas na casa. Depois de umas três voltas, entramos na casa e da janela, dava pra ver ela passando ainda por mais umas quatro voltas.

Apanhei, mas não consegui parar de rir.

kkkkkkkk


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O lance das crianças estarem cada vez mais precoces, com conversinha de NAMORAR, FICAR, PEGAR, etc… se deve muito à TV.

Vcs mesmos disseram que os pais de hoje em dia deixam os filhos na frente das TVs para poderem ter um tempinho. O problema é que nesse tempo as crianças acabam vendo programação inadequada para sua idade. Junte isso ao fato que as crianças dormem depois das 22h, e o que elas assistem?

Novelas, principalmente.

Aí, não dá pra aprender nada que preste!

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Quando eu era moleque tinha uma brincadeira chamada trepa-trepa. Aliás, conheci duas brincadeiras com este nome. Uma era parecida com PULA-CELA, onde você pulava por cima dos seus amigos.

E outra era um tipo de pega-pega que você tinha que TREPAR (do verbo SUBIR) em cima de qualquer coisa para não ser pego. TREPAR funcionava como um pique.

Queimada era uma das brincadeiras mais malucas que tinha quando era criança. As regras mudavam de cidade para cidade. Bet também tem isso… conforme comentei no Internet Discada.

Na versão de Queimada que eu jogava, pegar a bola no ar não matava o adversário, só te dava a POSSE da bola e, por ter pego a bola no ar, era muito provável que você devolvesse ela na cara de quem tinha atirado a bola.

Aliás, essa era outra regra que sempre acertava antes da partida: VALE NA CABEÇA! 
 
Álbum de figurinha, só fui concluir apenas agora depois de adulto. Sempre tive muitas figurinhas, pois ganhava nas batidas (bafo).

Mas agora que comprei as figurinhas e completei o Álbum da Copa. Evidente que as 6 últimas pedi pelo site.

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Nestes links tem um monte de brincadeiras de rua.
http://delas.ig.com.br/filhos/brincadeiras/

http://www.jogosbrincadeiras.com.br/2009/06/brincadeiras-ao-ar-livre-parte-25.html 
Perceba que este link tem final 25, ou seja, mude o número do link de 1 a 25 — é brincadeira pra caramba!!!